Religiosidade e tradição marcam a Missa do Vaqueiro no interior de Bom Jesus da Lapa

Uma figura representativa da região Nordeste, o vaqueiro, foi homenageado no último sábado(7), na Comunidade de Araça/Cariacá, município de Bom Jesus da Lapa, com  Missa do  Vaqueiro, que foi celebrada pelo padre Marcos. Dezenas  de fies de vários lugares  da região  prestigiaram o evento, reunindo  mais de 40 vaqueiros, onde homenagearam o senhor Vitorino, de 90 anos, o vaqueiro mais antigo de Bom Jesus da Lapa.

A Missa foi celebrada ao som e estilo do vaqueiro, e um dos momentos mais emocionante  foi o do ofertório, pois cada vaqueiro colocou no altar uma das  partes de suas vestimentas ou algum instrumento de trabalho para ofertar a Deus e pedir benção e proteção para o dia-a-dia de trabalho.

Segurando a imagem de Nossa Senhora, os  vaqueiros participaram de um momento de oração montados em seus cavalos segurando a bandeira do Brasil, da Bahia e de Bom Jesus da Lapa, trajados com perneira, gibão, chapéu de couro e demais vestimenta tradicional.

A Missa do Vaqueiro é um evento religioso, que já é tradicional na cultura popular nordestina. Que  teve origem a partir do desaparecimento do vaqueiro Raimundo Jacó, um vaqueiro de muita coragem do Sertão nordestino, que foi assassinado traiçoeiramente nas caatingas do Sítio das Lages, distrito do município de Serrita, localizado no alto sertão do Araripe, localizado a 553 quilômetros do Recife.

A primeira missa em sua memória foi idealizada pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga cantor e compositor pernambucano, e rezada pelo padre João Câncio dos Santos em 1971. Celebrada sempre no terceiro domingo do mês de julho, ao ar livre, num local onde foi construído um altar de pedra rústica em forma de ferradura. É neste dia que se reúnem vaqueiros de vários estados do Norte e Nordeste e se confraternizam diante da fé cristã.

 A teologia cristã da missa é um ato de fé do homem sertanejo, que apesar de ser um povo sofrido, não perde jamais a esperança de dias melhores.

 Esta é uma homenagem feita não apenas ao grande vaqueiro Raimundo Jacó, mas a todos vaqueiros nordestinos corajosos que desafiam a imensidão, a seca, a fome e o perigo do grande Sertão nordestino.

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